quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pesquisa polêmica afirma que comida gordurosa e jejum podem fazer bem para a saúde

Combinação sempre foi tida como a vilã nº 1 da dieta saudável – pesquisas com camundongos mostram o contrário. 

A ciência moderna diverge em muita coisa, mas uma foi mais ou menos um consenso nos últimos 50 anos: uma dieta equilibrada é aquela em que você come poucas porções ao longo dia. Bem, parece que não é mais assim, pelo menos em ratos.

Uma pesquisa do Instituto Salk para Estudos Biológicos, nos EUA, acaba de mostrar que esse paradigma, um dos mais famosos e aceitos da ciência das dietas, pode não ser verdadeiro. A pesquisa funcionou da seguinte maneira: eles alimentaram dois grupos de ratos, que compartilhavam a mesma raça, idade e genes. Eles foram submetidos ao mesmo cardápio – composto em 60% por alimentos calóricos – mas com refeições em horários diferentes; enquanto metade comia a hora que quisesse, a outra metade só podia comer durante a noite, por 8 horas seguida, ou seja: jejuavam 16 horas por dia. Outros dois grupos de controle estavam sob as mesmas condições de horário, mas com uma alimentação muito mais saudável – apenas 13% de gordura.

O resultado surpreendeu a todos os envolvidos no experimento. Depois de 100 dias, os ratinhos que comiam livremente durante o dia apresentaram problemas no fígado, engordaram, e ainda tiveram um aumento da taxa de colesterol e de glicose no sangue. O grupo do jejum engordou 28% menos e não apresentou nenhum dos problemas de saúde citados acima. E mais: quando eram colocados para se exercitar, os camundongos que tinham horário controlado tiveram um desempenho melhor até que aqueles grupos com a dieta saudável.

A descoberta chave atende por um nome: jejum. Quando você passa longos períodos sem comer, seu organismo ativa enzimas do fígado que quebram o colesterol, transformando-o em ácido biliar, substância que metaboliza a gordura marrom, conhecida por ser um tipo de gordura boa, já que pega as calorias extra e as converte em calor. Em uma frase: o jejum queima a gordura do nosso corpo.

Sim, isso vai contra tudo que sua mãe, seu médico e seus colegas de academias sempre disseram. Por isso a pesquisa está dando o que falar. Apesar da controvérsia, ainda é cedo para cravar que essas conclusões se aplicam 100% aos humanos. Por enquanto, vale esperar – os próximos capítulos e a próxima refeição.

fonte: revista Galileu

Problemas ósseos associados ao excesso de peso

fonte: IBGE

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Musculação pode ser feita no mesmo dia do treino de corrida

Programe sessões de fortalecimento para membros inferiores antes de corridas leves e de curta duração. E faça musculação para a parte do tronco junto a corridas mais intensas

Você pode sim planejar a musculação para os mesmos dias da corrida desde que dose bem a intensidade e o tipo dos exercícios. "Não há problema em correr e, em seguida, trabalhar membros superiores, abdômen e lombar. Ou então treinar membros inferiores na musculação e partir para a corrida depois, desde que ela não seja intensa nem muito longa", orienta Nelson Evêncio, diretor-técnico da assessoria esportiva homônima e presidente da ATC (Associação de Treinadores de Corrida de São Paulo), ressaltando que é necessário ficar atento à alimentação, para repor a energia de acordo com o tempo de duração das atividades.

Reserve cerca de 40 minutos para a musculação e nunca programe o fortalecimento de pernas junto a sessões mais fortes de corrida, pois isso poderá comprometer as estruturas do corpo, desgastando-as em excesso. E lembre-se: "Não faça alongamentos antes do treino de força, apenas aqueça a musculatura. Além disso, sempre aumente a carga dos exercícios gradualmente", pontua Evêncio. Após a prática, faça um alongamento leve somente para descontrair os músculos. O ideal é reservar dias específicos para o alongamento.

fonte: TERRA

Aveia ajuda a manter colesterol, glicose e peso sob controle

Esse cereal é um dos mais célebres parceiros do iogurte e um dos alimentos mais recomendados pelos profissionais da área de saúde. 

Pudera! Em sua composição, encontramos proteínas, minerais, vitaminas, carboidratos e, mais importante, porções generosas de uma fibra solúvel chamada betaglucana. "Vários estudos demonstram ações positivas dessa substância no organismo, como prevenção de câncer de cólon, fortalecimento do sistema imune, controle do colesterol e dos níveis de açúcar no sangue", aponta a nutricionista Simone de Vasconcelos, professora da Universidade Federal de Minas Gerais. 

Quem avaliou com mais ênfase o impacto do consumo da betaglucana nas taxas de glicemia foi a nutricionista Giane Sprada, professora da Universidade Federal do Paraná. As conclusões são ótimas. "Esse composto tem a capacidade de absorver água, tornando a digestão mais lenta", confirma a especialista. "Assim, a quebra e liberação de glicose no sangue também ocorrem mais devagar. Aí, o indivíduo não sofre picos de hiperglicemia", conta. Com isso, a insulina — hormônio responsável por botar a glicose dentro das células — deixa de ser secretada de forma desenfreada. Nesse contexto, o risco de desenvolver o diabete do tipo 2 tomba. 

As fibras alimentares 

Elas podem ser de dois tipos: solúveis ou insolúveis. As primeiras se ligam à água e formam uma espécie de gel no intestino, retardando o esvaziamento gástrico. Estão na aveia, no centeio, na polpa da maçã e no bagaço da laranja. As segundas, por sua vez, apresentam um efeito mais mecânico, ou seja, aumentam o volume das fezes e aceleram o funcionamento intestinal. Podem ser encontradas nos vegetais folhosos, no farelo de trigo e na casca das frutas. 

Para quem é diabético, o efeito não deixa de ser uma mão na roda, já que esses indivíduos precisam manter os níveis glicêmicos em rédea curta. Mas usar a aveia para reduzir a velocidade com que a glicose cai na circulação não é vantagem só para os portadores dessa doença. "Quando a digestão e o esvaziamento gástrico demoram mais por causa da aveia, a sensação de saciedade é prolongada. Isso auxilia na perda de peso", informa a nutricionista Renata Frigerio, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. 

Agora, se o seu maior desafio é manter o colesterol em níveis adequados, também pode comemorar: a aveia é tiro e queda nessa tarefa. Em novo estudo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, 24 adultos saudáveis tiveram o cardápio modificado durante duas semanas. Em um primeiro momento, seguiram uma alimentação padrão, com quase nada de fibras. Depois, receberam diariamente 102 gramas de aveia. 

No final da análise, os estudiosos viram que, no período de consumo do cereal, a taxa total da gordura foi reduzida em 14%. Na fase da dieta com pouquíssimas fontes fibrosas, esse valor ficou em 4%. Ao voltar as atenções para o colesterol LDL, considerado ruim para as artérias quando nas alturas, o resultado seguiu a mesma toada: ao ingerir o cereal, a concentração do inimigo no sangue despencou 16%. Sem a aveia, veja só, a redução foi de apenas 3%. 

Rosana Perim, gerente de nutrição do Hospital do Coração, em São Paulo, comenta esse achado. "Vários estudos já apontavam esse benefício. Ele acontece porque, em contato com a água, as fibras formam uma espécie de gel no intestino. Dessa maneira, diminui-se a absorção de colesterol", explica a especialista. Para tirar proveito dessa aliada, basta consumir de 2 a 3 colheres de sopa de aveia diariamente. Como você viu, essa pequena dose de saúde vai blindar seu corpo contra uma série de problemas. Ao lado do iogurte, então... 

O cereal em três versões 

Flocos 
Trata-se do grão praticamente in natura, já que só passa pelo processo de prensagem. É a opção mais carregada de nutrientes. 

Farelo 
É feito com a camada externa do cereal, onde as fibras ficam concentradas. Portanto, é uma boa pedida para quem deseja eliminar uns quilinhos. 

Farinha 
Produzida com a parte mais interna da aveia, não tem tantas fibras alimentares. Normalmente é usada em receitas de bolos, pães, massas e biscoitos.

fonte: Revista Saúde

Substância para reduzir colesterol pode proteger contra pancreatite

As estatinas protegem contra inflamação do pâncreas normalmente causada por cálculos biliares ou bebida em excesso.

As estatinas, substâncias usadas para tratar o colesterol alto, reduzem o risco de doenças cardíacas e derrames. E uma pesquisa Universidade de Glasgow, a Escócia, descobriu um novo benefício: protege contra pancreatite, inflamação do pâncreas normalmente causada por cálculos biliares ou bebida em excesso. Os dados são do jornal Daily Mail.
Estudos anteriores haviam sugerido que as estatinas poderiam aumentar a chance de inflamação, mas a equipe analisou 16 levantamentos com pessoas em risco de desenvolver pancreatite (por apresentar altos níveis de triglicerídeos) e constatou o contrário. A possibilidade de desenvolver o problema foi 21% menor entre os que tomaram o remédio, em relação aos que receberam placebo ou um tratamento alternativo, como fibratos.

“Em pacientes com níveis de triglicerídeos ligeiramente elevados, as estatinas parecem ajudar mais a prevenir a pancreatite”, escreveram os autores. Eles acrescentaram que mudanças no estilo de vida, como fazer exercícios regulares e uma dieta saudável, são fundamentais para as pessoas com altos níveis de gordura.

fonte: TERRA

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Efeito de 30 ou 60 min de exercícios é o mesmo, diz estudo

Trinta minutos de exercícios diários são tão efetivos na redução de peso e de massa corporal quanto 60 minutos, segundo um estudo dinamarquês.  

A pesquisa, feita por especialistas da Universidade de Copenhague, acaba de ser publicada na revista científica "American Journal of Physiology".  

Durante 13 semanas, a equipe da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde monitorou 60 homens obesos -- porém saudáveis -- que tentavam melhorar sua condição física.  

Metade dos participantes seguiu um programa de uma hora de exercícios diários e a outra metade fez apenas meia hora de exercícios. Enquanto se exercitavam, os dois grupos usavam um medidor de batimentos cardíacos e um contador de calorias.  

Os exercícios tinham vigor suficiente para produzir suor. Os resultados do experimento surpreenderam a equipe dinamarquesa.  

Em média, os participantes que fizeram 30 minutos de exercícios diários perderam 3,6 quilos em três meses. Os que fizeram uma hora de exercícios, no entanto, perderam apenas 2,7 quilos.  

Segundo um dos pesquisadores, Mads Rosenkilde, os 30 minutos de exercícios ofereceram uma vantagem adicional. "Os participantes que fizeram 30 minutos de exercícios por dia queimaram mais calorias do que deveriam em relação ao programa de treinamento que criamos para eles", afirmou.  

Em contrapartida, "observamos que fazer exercícios por uma hora em vez de meia hora não oferece perda adicional de peso ou gordura. Os homens que fizeram mais exercícios perderam pouco em relação à energia que queimaram correndo, andando de bicicleta ou remando".  

"Trinta minutos de exercícios concentrados dão resultados igualmente bons na balança", concluiu.  

Motivação  

A equipe sugeriu algumas possíveis explicações para os resultados. Segundo Rosenkilde, fazer 30 minutos de exercícios por dia é uma meta tão possível de ser alcançada que os participantes tinham vontade e energia para mais atividades físicas após sua sessão diária de exercícios.  

Além disso, o grupo que passou 60 minutos se exercitando provavelmente comeu mais, portanto perdeu um pouco menos peso do que o esperado.  

"Os participantes do nosso estudo treinaram todos os dias durante três meses. Os treinos foram planejados para produzir um leve suor, mas os participantes tinham de aumentar a intensidade e dar tudo de si três vezes por semana", explicou Rosenkilde.  

Ele admitiu que ficou surpreso com os resultados e disse que agora a equipe quer estudar o efeito de outros tipos de exercício.  

Em média, 40% dos homens dinamarqueses estão classificados como moderadamente obesos.  

O estudo da equipe da Universidade de Copenhague é único por ter se focado nessa parcela da população.  

Os participantes queriam mudar seu estilo de vida com a ajuda dos exercícios, e durante o período de duração do estudo, foram acompanhados de perto por especialistas em saúde interessados em questões como o equilíbrio energético, resistência à insulina e presença de hormônios no sangue.  

Etnólogos também participaram do estudo para tentar entender as barreiras culturais associadas ao exercício e à mudança em hábitos arraigados.  

Em outro estudo britânico noticiado recentemente pela BBC Brasil, pesquisadores da University College de Londres concluíram que fazer duas horas e meia de exercícios moderados por semana, mesmo quando a pessoa adota a prática na meia idade -- entre os 40 e os 50 anos de idade -- já é suficiente para proteger a saúde do seu coração.

fonte: G1

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Excesso de gordura prejudica o cérebro e pode provocar doenças

Todo mundo sabe que comer um sanduíche com mortadela, salsicha ou linguiça é uma delícia. Mas é preciso cuidado porque esses alimentos são gordurosos e, se consumidos em excesso, podem causar problemas para a saúde.  

O endocrinologista Alfredo Halpern e a nutricionista Ana Maria Lottenberg explicam como a gordura age no organismo e como consumi-la da maneira correta para evitar problemas. De acordo com Alfredo Halpern, a gordura pode fazer bem para o corpo se consumida dentro do recomendado. O excesso pode causar problemas nas artérias, no cérebro, e provocar doenças como diabetes e obesidade.  

Além disso, pesquisas mostram que o consumo excessivo da gordura saturada de origem animal provoca uma inflamação no hipotálamo, a região do cérebro que controla a fome e a saciedade. Isso destrói os neurônios e a pessoa não se sente mais saciada e come mais.  

Além disso, esse excesso provoca também um “estresse” metabólico das células, que ficam desorganizadas.  

Por isso, a gordura deixa de ser depositada apenas nas células adiposas e começa a se instalar também em alguns órgãos, como o fígado e o pâncreas.  

Outro problema do consumo de alimentos gordurosos é a digestão, que é mais lenta, ou seja, a gordura demora mais para ser eliminada do estômago.  

De acordo com dados do Ministério da Saúde, desde os anos 70, o brasileiro vem mudando sua alimentação com dietas que não atendem às necessidades nutricionais do organismo.  

O consumo de refrigerante, refeições prontas, misturas industrializadas cresceu, assim como o de alimentos embutidos, como a salsicha, frios e linguiças – aumentou em 300%.  

A nutricionista Ana Maria Lottenberg recomenda que a gordura represente apenas 30% da alimentação para uma dieta balanceada. Desses 30%, apenas 7% deve ser gordura saturada. Grande parte deve ser de gordura de origem vegetal, que é a menos prejudicial. Por isso, saber qual a quantidade de cada alimento ajuda a se manter dentro da dieta saudável.  

Todos esses alimentos são carnes processadas, que não têm ferro e têm poucas vitaminas. Elas têm muito sal, conservantes e gordura e, por isso, não devem ser consumidas com frequência.  

E é importante lembrar também que, durante um dia inteiro, uma pessoa irá ingerir outras gorduras que, somadas à mortadela, por exemplo, ultrapassarão o consumo recomendado.  

O modo de preparo também pode interferir nas características do alimento. Por exemplo, a linguiça ganha entre 5 e 8 gramas de gordura se for frita, o que corresponde a mais ou menos 50 calorias a mais na alimentação. A dica é prepará-la no forno, assada, sem usar óleo ou refogá-la com tomate ou cebola e, se quiser, usar um fio de óleo.  

Para a nutricionista Ana Maria Lottenberg, a gordura trans, que também se chama gordura vegetal hidrogenada, é a mais prejudicial à saúde. Esse tipo de gordura aumenta o colesterol total e o colesterol “ruim”. Em longo prazo, as consequências disso aparecem e podem surgir doenças como infarto e derrame cerebral.  

Mas a gordura trans ajuda a melhorar a consistência e aumentar a vida de prateleira de alguns produtos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que todos os alimentos tragam em sua embalagem a quantidade de gordura trans presente nas fórmulas.

fonte: G1

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Açúcar demais dá mau humor e deixa o raciocínio lento

Se em pequenas pitadas o alimento ele acalma e oferece energia, exagerar no seu consumo pode prejudicar seu cérebro.

Obesidade e diabete — ao falarmos do impacto de abusos adocicados, é natural nos lembrarmos desses males. Acontece que, quando são criados laços fortes com duas enormes ameaças para a saúde, outras eventuais relações nefastas são muitas vezes ofuscadas. Ainda assim, o chileno Fernando Gomez-Pinilla, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, resolveu investigar um elo diferente: o de doses altas de açúcar com piripaques na massa cinzenta. "Já sabíamos que a substância interfere em mecanismos de saciedade no sistema nervoso central, disparando até compulsão alimentar. Por isso, decidimos estudar se ela também comprometeria o aprendizado e a memória", conta o neurocirurgião. 

Para verificar a hipótese, Gomez-Pinilla ensinou ratos a encontrar a saída de um labirinto. Na sequência, ofereceu por seis semanas uma dieta rica em frutose, tipo de carboidrato simples presente nas frutas e em produtos industrializados por ser um adoçante forte e barato. E então, mesmo treinados, os animais tiveram dificuldade para vencer o desafio imposto pelos cientistas, sinal de que os circuitos dentro do crânio estavam sofrendo para trabalhar com tanta doçura. "A concentração de frutose utilizada foi bem elevada. Mas, se passarmos isso para seres humanos, é uma quantidade possível de ser atingida pela alimentação, principalmente ao considerarmos o crescente consumo do ingrediente no mundo", ressalta o autor do artigo. "Acho que chamamos a atenção para outro provável efeito do açúcar", arremata. 

Além de observar o comportamento das cobaias, os pesquisadores analisaram a massa cinzenta delas para ver se havia algo de errado. A descoberta é que o envio de mensagens entre os neurônios realmente estava problemático. "Embora seja essencial confirmar isso em levantamentos futuros, faz sentido pensar que a ingestão de outros açúcares fora a frutose tenha o mesmo resultado, porque eles agem de maneira semelhante", afirma Ivan de Araújo, neurocientista brasileiro da Universidade Yale, nos Estados Unidos. 

Uma das apostas dos experts para elucidar como esses carboidratos atrapalhariam o raciocínio recai sobre a insulina. "Enquanto no resto do organismo o hormônio está mais relacionado ao processo de colocar glicose dentro das células, no cérebro ele também é neurotrófico", analisa o neurologista e geriatra Matheus Roriz Cruz, coordenador do Ambulatório de Neurogeriatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Traduzindo: essa molécula, quando em níveis ideais, promove o bom funcionamento de várias regiões do encéfalo, e em especial o hipocampo, muito ligado à memória e ao aprendizado. E daí? Daí que, ao se empanturrar com chocolate, o pâncreas produz um monte de insulina — e tudo indica que esse excesso destrambelha de alguma maneira sua atuação normal na cabeça. 

"Os mecanismos exatos ainda não estão claros, porém existe a teoria de que receptores específicos do hormônio localizados nas células nervosas fiquem desregulados sob essas condições. Com isso, a substância não exerce seu papel direito", analisa Gomez-Pinilla. De forma simplista, dá para dizer que é uma espécie de resistência à insulina acima do pescoço. 

Outra explicação é que a glicose, quando em taxas estratosféricas, incita a fabricação dos temidos radicais livres. Por sua vez, essas partículas nocivas danificariam a membrana que reveste os neurônios, afetando sua capacidade de emitir impulsos elétricos, o que, na prática, culmina em uma mente pouco afiada. 

Agora, será que se esbaldar por um período restrito com bolachas recheadas, sorvetes e afins já causaria toda essa confusão? "O tema é controverso, mas, segundo alguns poucos estudos experimentais, sim. Uma dieta desregrada por meses, associada ao sedentarismo, complicaria a cognição temporariamente", informa, cauteloso, Roriz Cruz. "O que se sabe mesmo é que a ingestão de muitos açúcares ao longo dos anos provoca diabete, uma enfermidade que aumenta o risco de demências", destaca o nutrólogo Nelson Lucif Júnior, da Associação Brasileira de Nutrologia, em Ribeirão Preto, no interior paulista (entenda mais sobre o elo lendo O diabete e a cuca).

Contra-ataque nutritivo 

Naquela pesquisa da Universidade da Califórnia, uma turma dos ratos que antes havia se entupido de refeições adocicadas depois recebeu um cardápio repleto de ômega-3, gordura encontrada em peixes de águas profundas. Acredite se quiser, os bichinhos voltaram a achar a saída do labirinto com facilidade. "Entre outras razões, esse ácido graxo constitui a membrana celular dos neurônios. Assim, atenua os efeitos dos radicais livres", declara Gomez-Pinilla. 

Já as frutas, por contarem com bastante frutose, em uma primeira vista são quase como vilãs na história. "Só que, na mesa, o nutriente vem acompanhado de outras substâncias benéficas", diferencia a nutricionista Cynthia Antonaccio, diretora da Equilibrium Consultoria, na capital paulista. Entre eles, temos a vitamina C da laranja, as antocianinas do morango, o resveratrol da uva... Todos antioxidantes que neutralizam os radicais livres. Logo, o problema maior está em se encher de açúcar em si, esteja ele no brigadeiro caseiro ou em bebidas industrializadas. 

A ideia não é banir o carboidrato das refeições. Até porque, dentro do limite, ele contribui para as atividades mentais. "Quando pouca glicose circula pelo corpo, há um impacto negativo sobre a cognição", reforça Lerário. Contudo, outras inúmeras opções alimentares que, pelo menos do ponto de vista fisiológico, são bem mais completas do que o pó branco também oferecem esse importante nutriente. "Mas nem ele está proibido, porque é uma fonte de prazer. Sempre digo às pessoas para o utilizarem onde realmente faça a diferença", ensina Cynthia. Em vez de adicioná-lo ao café ou para adoçar frutas, melhor esperar para se deliciar com aquele bolo de aniversário do amigo ou com a sobremesa feita pela sua mãe. 

Atualmente, a recomendação é que não mais do que 10% das calorias diárias venham por meio de açúcar adicionado, embora, de novo, menos é sempre mais nesse contexto. Em uma dieta de 2 000 calorias, isso equivale a cerca de 50 gramas. Para não extrapolar, sempre fique de olho nos rótulos e, claro, atente ao que coloca em receitas de doces ou nas bebidas. Uma colher de chá cheia possui, em média, 5 gramas. Uma de sopa, 24. "Nessa conta não entram as frutas in natura, os cereais integrais e por aí vai", acrescenta Cynthia. 

Ao manter suas taxas de glicose em ordem, você até melhoraria seu ânimo. "Em períodos de hipoglicemia, são ativados mecanismos de estresse. Ou seja, a pessoa fica irritada e ansiosa", adverte Araújo. Por outro lado, o excesso de açúcar no sangue também parece influenciar nesse quesito. Na Universidade Loyola, nos Estados Unidos, cientistas mediram frequentemente a glicemia de 23 mulheres por 72 horas ao mesmo tempo que as questionavam sobre seu estado de espírito. Observe o que os autores escreveram na conclusão do trabalho: "Grandes e bruscas variações nesse índice talvez estejam associadas a humores negativos". Nem precisamos falar que essas oscilações muitas vezes surgem quando colocamos guloseimas demais na boca. 

"Mas devemos ressaltar que o levantamento foi realizado com voluntárias diabéticas. Não dá para saber se essa variação é resultado da alimentação ou da doença em si", contrapõe Roriz Cruz. Sem contar que o caminho poderia ser o inverso. As integrantes avaliadas, por estarem ansiosas ou mesmo deprimidas, comeriam mais besteiras e deixariam de tomar os remédios de forma adequada, o que geraria as mudanças vistas no sangue. De qualquer jeito, fica o alerta. O açúcar, de acordo com o dicionário Houaiss, pode ser brandura, suavidade e meiguice. Em largas quantidades, porém, transforma-se em algo enjoativo e até perigoso. Cabe a você defini-lo do melhor jeito para sua vida.

O diabete e a cuca 

Se descontrolado, ele afeta a saúde mental O excesso de glicose no sangue, característica dessa enfermidade, degenera, aos poucos, veias e artérias. "Os vasos se estreitam, inclusive os que irrigam o cérebro", diz o endocrinologista Antonio Carlos Lerário, da Universidade de São Paulo. Aí, os neurônios morrem de fome, o que culmina em quadros demenciais. Isso sem contar que o diabete tipo 2 faz subir a concentração de insulina. "A enzima que a degrada também é responsável por quebrar a proteína beta-amiloide, precursora da doença de Alzheimer", diz o neurologista Matheus Cruz. Portanto, para regular os índices do hormônio, a enzima acabaria deixando intactas as moléculas deflagradoras do apagão das lembranças.

Água com açúcar acalma?
Talvez essa seja a receita caseira mais conhecida para apaziguar o nervosismo. "Em situações de estresse, há uma demanda por glicose. Ao satisfazê-la, realmente pode surgir a sensação de tranquilidade", explica Lucif Júnior. Só não vale usar a estratégia sempre. "Caso contrário, o corpo se acostuma com o aporte extra e o benefício se esvai", esclarece Ivan de Araújo. 

Tipos de doçura
Cada um dos açúcares tem suas particularidades. Veja abaixo

1 - Frutose 
Adoça como poucos. Por isso, faz sucesso estrondoso na indústria. 
Onde está: frutas, mel, xarope de milho, bebidas industrializadas. 

2 - Lactose 
É composto de moléculas de glicose e sacarose. Muita gente tem dificuldade para digeri-lo. 
Onde está: leite e seus derivados. 

3 - Sacarose 
Trata-se do resultado da união entre glicose e frutose. 
Onde está: os açúcares refinado, mascavo e cristal são as principais fontes. 

4 - Glicose 
Conhecida por ser a partícula mais usada pelas células para obter energia. É um marcador para o diabete. 
Onde está: frutas, açúcar de mesa.
fonte: REVISTA SAÚDE

Treinamento Funcional: benefícios


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Câimbras e exaustão podem ser consequências da falta de líquido durante a atividade física

A falta de água no treino pode prejudicar a tolerância ao calor e o desempenho nos exercícios, além de aumentar o risco de choque térmico e câimbras.  
A importância da ingestão de líquido para a sobrevivência humana já é de conhecimento geral. Porém, o que muitos não sabem é que quando se sente sede, a pessoa já se encontra em um estado de desidratação que equivale a 2% do peso corporal. A questão é ainda mais preocupante quando se pensa na hidratação durante atividade física.

A desidratação não é somente a perda água, mas minerais que são importantes para continuar qualquer atividade física. Sabe-se que durante o exercício intenso em clima quente e úmido, é possível eliminar através até 1 litro por hora pelo suor, podendo atingir níveis elevados de até 2,8 litros. Os indivíduos mais propensos à desidratação são os atletas, no entanto, todas as pessoas devem estar atentos às consequências causadas pela falta de água.

Alteração de todos os processos metabólicos, comprometimento das funções vitais do organismo, da perfomance e redução da capacidade de recuperação, fadiga, câimbras e até infarto, são algumas das consequências da falta de líquido corporal. Isso acontece porque durante a prática de exercícios o corpo produz até 20% mais calor do que durante o descanso, sobrecarregando todo o organismo e suas funções.

Segundo Ana Paula Oliveira, profissional da Academia Smart Fit/Recife, com algumas atitudes simples é possível manter longe os perigos da desidratação. “A água é a fonte da vida, então beba, antes, durante e depois do exercício, não espere sentir sede. Caso o esforço seja muito intenso, outra opção são os isotônicos, que repõem os sais minerais eliminados no suor”, afirma.

fonte:SEGS

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Descalço ou com tênis: qual é a melhor forma de correr?

Esse debate antigo parece não ter fim: afinal de contas, a ciência um dia poderá dizer qual opção é a melhor? Ainda não sabemos, porque a resposta a essa velha pergunta continua sendo um tanto quanto subjetiva.   

Cada vez mais vemos pesquisas que afirmam que correr descalço tem suas vantagens – algumas chegam a dizer abertamente que é melhor do que correr com tênis.   

O centro dessa discussão é na forma como os pés tocam o chão quando estão descalços ou quando estão com tênis. 

A ideia é de que o tênis especializado para corrida, ou seja, indicado para corredores, é feito para amortecer certos impactos. O primeiro contato com o chão quando estamos usando tênis costuma ser com o calcanhar, e isso gera um impacto de força transiente, que significa que é como se o corpo todo parasse por um milésimo de segundo para depois continuar a pisada. Poucos corredores batem o pé por inteiro no chão ou começam a pisada pela parte da frente do pé.   Exceto quando correm descalços. Nesse caso, o primeiro contato é feito com a planta do pé para depois pisar com o calcanhar. Com isso, alguns cientistas defendem que o reflexo na musculatura de quem corre dessa maneira é cerca de três vezes menor no primeiro momento do contato no chão do que o de quem usa tênis com amortecimento. 

A pisada com os tênis mais baixos (usados por corredores leves e de elite) já é mais semelhante à pisada com os pés descalços, porque os pés tendem a controlar melhor o movimento de transição para minimizar o impacto, já que os tênis são menos acolchoados.   

Outro estudo famoso feito pelo biólogo da Universidade de Harvard (EUA) e corredor Daniel Lieberman, publicado na revista Nature, também concluiu que correr descalço “parece ser” melhor para os pés, produzindo muito menos estresse de impacto em comparação a calçados de corrida especiais.   

Mas existem pesquisas que vêm na contramão: um estudo recente publicado no jornal Medicine & Science in Sports & Exercise fez vários testes e concluiu que correr descalço não é eficiente, pois usa quase 4% mais energia em cada passo do que correr com tênis. Ao correr descalço, a força gerada quando o pé atinge o solo é transferida para os músculos das pernas e o organismo exige uma energia extra, aumentando o custo metabólico da atividade. Já os novos modelos de tênis, levíssimos, evitam esse desgaste metabólico por causa do efeito de amortecimento.  

E agora, José?   

A fama de que correr descalço é bom foi alimentada principalmente por casos de sucesso, como o de Abebe Bikila, o etíope que ganhou a maratona dos Jogos Olímpicos de Roma em 1960 correndo descalço. Zola Budd, a sul-africana que disputou os 3.000 metros das Olimpíadas de Los Angeles em 1984 descalça, e Jorilda Sabino, que chegou ao pódio da São Silvestre de 1983 a 1985 correndo descalça se juntam ao time dos sem sapato.   

Apesar desses bons exemplos, ainda é muito difícil definir se correr descalço é melhor ou pior do que correr calçado porque não existem registros suficientes de lesões em pessoas que correm descalças, por exemplo.  

“A pesquisa realmente não é conclusiva sobre se uma abordagem é melhor que a outra. Mas o que fica claro é que é realmente uma questão de desenvolver uma boa forma de correr e aderir a ela, sem mudá-la de repente”, opina Carey Rothschild, instrutora de fisioterapia da Universidade Central da Flórida, em Orlando (EUA). 

Ela já pesquisou lesões que ocorreram em pessoas correndo com ou sem sapatos. Tentando chegar ao fundo da controvérsia, Carey descobriu que a maioria das pessoas começou a correr descalça na esperança de melhorar o desempenho e reduzir suas lesões. Ironicamente, aqueles que nunca tentaram correr descalços disseram que tinham medo de que isso poderia causar lesões e piorar seu desempenho.   

As desvantagens e as desvantagens   

A pesquisa de Carey mostrou que existem riscos em correr seja descalço ou calçado.   

Corredores descalços tendem a pousar no meio do pé ou antepé ao contrário de no calcanhar, o que um bom tênis tenta amortecer. Correr descalço, portanto, tende a provocar mais fraturas de tensão na parte da frente dos pés.   

Mas os corredores que usam tênis também podem sofrer de tudo, desde lesões no joelho a problemas no quadril, relacionados ao estresse repetido da força de impacto no calcanhar. “Não existe uma receita perfeita”, disse ela.   

Como a tendência de correr descalço está aumentando, Carey sugere que as pessoas façam exames físicos e avaliação biomecânica com um fisioterapeuta ou profissional treinado antes de correr, além de passar gradualmente aos pés descalços. 

 “Seu corpo não pode alterar automaticamente a sua marcha”, disse a fisioterapeuta. “Mas há maneiras de tornar essa transição mais suave, com menor risco de lesões”. Uma delas é usar tênis mais baixos, além de calçados que mais se assemelham a meias ou luvas para os pés antes de correr descalço.   

Carey acredita que correr descalço, em si, não é nem bom nem ruim. Como com a corrida com sapatos, formação adequada e condicionamento são essenciais. No entanto, há uma advertência: quem tem deformidades ou doenças que gerem uma falta de sensibilidade nos pés deve evitar correr descalço, porque pode não sentir lesões resultantes de correr em superfícies duras.

fonte:HYPESCIENCE
 

É possível levantar peso sem danificar a coluna?

Ortopedistas indicam que sim. Enquanto alguns dividem opiniões de que uma pessoa deve levantar no máximo o equivalente a 50% do seu peso, outros preferem uma recomendação menos genérica, que individualize a capacidade de cada um. 

Para carregar determinado peso, é preciso levar em conta o tempo de deslocamento com o peso em mãos, quanto a coluna será encurvada para carregar e a frequência da execução. Para quanto um trabalhador brasileiro pode carregar de peso? 

Segundo a NIOSH (National Institute for Ocupational Safety and Health), órgão internacional que fixa normas para a questão, a carga máxima é de 25kg de peso máximo carregado durante o exercício das tarefas laborais. Porém, aqui no Brasil, os números são outros. De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o brasileiro pode carregar até 60kg, mas o legislativo está tentando reduzir a carga máxima para 30kg. 

Para o presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), Carlos Campos, que é médico e ergonomista, opina que "há um conjunto de condições que precisam ser observadas" para se avaliar o peso que uma pessoa deve carregar "sem prejudicar a saúde". Isso inclui uma série de situações ligadas às condições da pessoa e ao tipo da carga: o tempo que vai ser empregado para o seu deslocamento; o esforço que vai ser feito para retirá-la de onde está colocada, e a forma com que ela vai ser conduzida pelas mãos, além da observância de detalhes sobre a manipulação com o auxílio de equipamentos.

fonte: ALINE FRAGA, JORNALISMO PORTAL EF