terça-feira, 7 de maio de 2013

Música ajuda a determinar ritmo da aula e incentivo aos alunos

Estudos demonstram ainda os benefícios da música para a saúde e o emagrecimento


Desde muito cedo convivemos com os mais variados ritmos musicais e, muitas vezes, sequer nos damos conta do quanto a música é capaz de mexer com nosso humor. As mães cantam para ninar e acalmar os bebês; para criar o clima de suspense nos filmes, usa-se as músicas clássicas e instrumentais e até mesmo nas festas a pista só lota se o ritmo for animado. Sabendo dessa capacidade, a música tem sido usada constantemente nas aulas de ginástica coletiva. “A música é um dos principais ingredientes para uma aula de ginástica encantadora”, já diz Sandro Costa, Fitness Coach, Treinador Les Mills/Body Systems. Afinal, serve de estímulo e diversão para que as pessoas se condicionem sem sentir o “peso” do exercício.

A Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, divulgou em dezembro o resultado de uma pesquisa sobre o efeito da música no metabolismo, que indicou que o som tem efeito benéfico no sistema nervoso simpático, no eixo hipotálamo-pituitário, na imunidade, na regulação metabólica e no equilíbrio de energia. Há, inclusive, um aumento no metabolismo lipídico e na eliminação do ácido lático pós exercício graças ao uso musical, de acordo com os cientistas americanos.

O professor de ginástica coletiva Robinson Kennedy Luz, da rede Body Systems (www.bodysystems.net), destaca que a música tem papel fundamental na modalidade ao determinar o ritmo do exercício, promovendo estímulos diferentes ao músculo. Além disso, por ter uma grande variedade de estilos, a música consegue agradar a um vasto grupo de pessoas e ainda ajuda a tirar o aluno da sua rotina. “A música se conecta com o aluno, levando-o ao desafio, encorajamento e diversão”, afirma Luz.

Motivação

O uso de músicas nas atividades físicas serve de estímulo para o praticante e cada ritmo, cada batida, pode ser incorporada a um diferente tipo de exercício. “Uma batida forte, de um rock’n roll, por exemplo, faz com que o aluno se sinta estimulado a fazer um esforço ainda maior. O Body Combat, com socos e chutes, está de acordo com o agito que está sendo exercitado, o movimento explosivo e intenso do rock”, sugere Luz.

Costa concorda: “numa aula onde o foco seja o desafio, estilos musicais com muita melodia podem não incentivar os alunos nessa direção. Em contrapartida, para que a aula seja dominada por uma atmosfera sonora constante é importante cuidar do contraste, pois isso também influi diretamente na motivação dos praticantes. Novamente no cenário da aula desafiadora, um bom exemplo seria tocar Hard Rock Clássico, Techno e Gansta Rap”.

Canções mais lentas, por outro lado, podem ser exploradas em aulas que trabalhem flexibilidade e isometria, porque levam a uma suavidade e tranquilidade que colaboram com a concentração na prática da atividade. “Imagine-se fazendo um exercício de alongamento de grande amplitude, onde a respiração pode acalmar e ajudar a relaxar a tensão pra um melhor resultado, ao som de samba enredo. Não combina. Ou agachar com uma barra pesada nas costas ao som de música clássica. Assim, podemos afirmar que a influência de uma boa seleção musical nos resultados que se pode atingir com a prática de uma aula de ginástica pode ser decisiva”, pontua Costa.

O gasto calórico também é influenciado pela musicalidade. Pesquisa da universidade inglesa South Yorkshire, do ano passado, mostrou que a sincronia entre música e atividade física eleva o consumo de oxigênio, colaborando para queimar mais gordurinhas durante a aula.

Set list

O professor de ginástica coletiva pode encher a sua sala de aula ao criar um set list variado e bastante animado e, para isso, precisa estar sempre antenado com as canções do momento. “O primeiro passo é definir qual é o objetivo da aula e, depois, se atualizar sobre as músicas que tocam no rádio, nos filmes, nas novelas”, indica Luz.

O gosto pessoal também precisa ser deixado de lado às vezes e questionar os alunos sobre o que gostariam de ouvir pode ser uma opção para que a aula não esvazie. Observar as reações deles a determinadas músicas também é importante. Combinar o gosto dos alunos e do professor, os objetivos a serem alcançados, os estilos que podem ajudar nessa busca por resultados e as canções que se adequem a esses estilos é uma das formas de conquistar o sucesso.

Robinson Kennedy Luz conta que muitas academias têm usado aulas coordenadas com músicas sertanejas, de axé, ritmos latinos etc. No caso dos programas da Body Systems, as músicas são específicas para cada um deles com o objetivo de colocar o aluno para se mexer, para dançar com um estilo diferente.

Com 20 anos de experiência, Sandro Costa explica que a criatividade do professor de ginástica coletiva é fundamental para que ele se torne uma referência. Ele cita exemplos de sucesso que já promoveu, como aula temática dos anos 80: “foi um estouro! Hoje já está quase saturado explorar esse tema. Recentemente vi alguns professores que tive a oportunidade de capacitar em meus treinos, divulgando e tornando aulas verdadeiros eventos ao ministrarem uma aula inteira com temas originalmente românticos, porém tocados em várias versões e estilos”.

fonte: Portal EF

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