segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ômega 3 não reduz risco de AVC e ataque cardíaco

Pesquisa europeia mostra que consumo da substância não diminuiu número de mortes por problemas cardiovasculares.

O ômega-3, um tipo de gordura presente em alimentos como peixes e óleos vegetais, é conhecido entre médicos e pacientes por sua ação benéfica na saúde cardíaca. No entanto, um novo estudo publicado nesta quarta-feira contesta sua capacidade de evitar derrames, ataques cardíacos e mortes ligadas a problemas no coração. A pesquisa, que analisou estudos anteriores com cerca de 70.000 pacientes, foi publicada na revista Journal of the American Medical Association (JAMA).

Enquanto alguns testes clínicos anteriores haviam mostrado que existiam relações entre o consumo de ômega 3 e a prevenção de problemas cardiovasculares, outras pesquisas refutavam esse dado. Uma das possibilidades levantadas por cientistas é que os benefícios da substância se deviam a uma capacidade de reduzir os níveis de triglicérides, prevenir arritmias sérias e diminuir a agregação plaquetária e a pressão sanguínea.

Buscando dados mais precisos, os cientistas do Hospital Universitário de Ioannina, na Grécia, examinaram 20 estudos que haviam analisado um total de 68.680 pacientes aleatórios que consumiam a substância. Nesse universo de pacientes foram contabilizadas 7.044 mortes por todas as causas, 3.993 óbitos por causas cardíacas, 1.150 mortes repentinas, 1.837 ataques cardíacos e 1.490 derrames.

Uma análise destes números não indicou qualquer associação estatisticamente significativa entre o consumo de ômega 3 e a redução de óbitos ou doenças do coração. "Nossas descobertas não justificam o uso de ômega 3 como uma intervenção estruturada na prática clínica cotidiana e nem indicam uma dieta rica em ômega 3", diz o estudo. É bom lembrar, no entanto, que a substância já demonstrou proteger contra o envelhecimento cerebral.


fonte: VEJA

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