O café da manhã, considerado como uma das principais refeições do dia, teve seu consumo diminuído ao longo dos últimos anos, devido, principalmente, à modificação do estilo de vida da população e, consequentemente, dos hábitos alimentares1.
Estudos recentes confirmam que o hábito de consumir o café da manhã está associado a um menor risco de excesso de peso2, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)3,4. Quando avaliada a importância desta refeição em praticantes de atividade física, pesquisadores verificaram que a ausência do café da manhã em mulheres esteve associada a menor frequência de atividade física, comparada com aquelas que realizavam o desjejum. No entanto, mais estudos se fazem necessários para entender os mecanismos que levam a essa associação5.
Muitos estudos explicam porque o consumo do café da manhã é tão importante. Uma pesquisa observacional evidenciou que indivíduos que realizam o desjejum regularmente apresentam maior ingestão diária de fibras, cálcio, vitamina A, vitamina C, riboflavina, zinco e ferro; além disso, apresentam menor ingestão de gordura saturada e colesterol comparado aos indivíduos que o omitem a refeição6.Além disso, outros estudos sugerem que o consumo frequente do café da manhã melhora a qualidade da dieta como um todo e as escolhas alimentares ao longo do dia6. Alguns autores atribuem essa associação à modulação do apetite e ao aumento da sensação de saciedade que essa refeição proporciona aos indivíduos7.
Por ser uma das três principais refeições do dia, o Guia Alimentar da População Brasileira preconiza a ingestão de 15 a 25% do total de calorias diárias no café da manhã1. As escolhas alimentares adequadas, com os nutrientes necessários, podem levar a diversos benefícios para o organismo, como: a melhora do funcionamento intestinal, da função cognitiva e a regulação do apetite, auxiliando no controle do peso.3,8 Alguns dos alimentos recomendados para tornar a refeição completa podem ser: leite, bebidas à base de soja, iogurtes e queijos, os quais fornecem proteínas; pães ou cereis integrais e aveia, que contém carboidratos complexos; frutas e sucos naturais, para inclusão de vitaminas e minerais e creme vegetal ou maionese, fontes de ácidos graxos poli-insaturados, como ômega 3 e 6.
Além do que já se conhece sobre o que a ausência do café da manhã causa no organismo, como cansaço, mal estar e mais fome ao final do dia, a literatura comprova e complementa estas informações detalhando os nutrientes envolvidos e indispensáveis à saúde e a importância do desjejum na prevenção de doenças. Incluir esse hábito na dieta e fazer escolhas saudáveis traz benefícios para o organismo, além de fornecer energia para as atividades do dia.
REFERÊNCIAS:
1.Trancoso SC et al. Café da manhã: caracterização, consumo e importância para a saúde. Rev Nutr. 2010;23(5).
2.Szajewska H, Ruszczynski M. Systematic review demonstrating that breakfast consumption influences body weight outcomes in children and adolescents in Europe. Crit Rev Food Sci Nutr 2010; 50(2): 113-119.
3.Pereira MA, Erickson E, et al. Breakfast frequency and quality may affect glycemia and appetite in adults and children. J Nutr 2011; 141(1): 163-168.
4.Timlin MT, Pereira MA. Breakfast frequency and quality in the etiology of adult obesity and chronic diseases. Nutr Rev 2007; 65(6 Pt 1): 268-281.
5.Marquez AP, Forester S, Witbracht M, Campbell C, Gustafson M, Keim, NL. Skipping breakfast is associated with lower physical activity energy expenditure in young healthy women. Journal of Federation of American Societies for Experimental Biology.2012;820-21.
6.Giovannini M, Agostoni C, Shamir R. Symposium overview: Do we all eat breakfast and is it important? Crit Rev Food Sci Nutr 2010; 50(2): 97-99.
7.Leidy HJ, Racki EM. The addition of a protein-rich breakfast and its effects on acute appetite control and food intake in 'breakfast-skipping' adolescents. Int J Obes (Lond) 2010; 34(7): 1125-1133.
8.Rampersaud GC, Pereira MA, et al. Breakfast habits, nutritional status, body weight, and academic performance in children and adolescents. J Am Diet Assoc 2005; 105: 743-760.
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